sábado, 29 de dezembro de 2012

Depressão? ou depressão!

Tudo começou com um pequeno aborrecimento entre colegas de trabalho, devido às questões corriqueiras do nosso cotidiano. Depois, esse "aborrecimento" foi aumentando, até se tornar uma discussão, onde uma das partes acaba falando um monte de besteiras pra outra, achando que irá fazer um bem, mas acaba fazendo mais mau. Daí começaram os sentimentos de angústia, solidão, inutilidade e vieram os pensamentos mais atordoadores que uma pessoa pode ter. Aí você pode dizer: "ah, mas isso todo mundo tem!" Não é tão simples para quem tem depressão. Eu não tenho, graças a Deus, mas sinto que estou a beira de ter, pois não estou conseguindo mais controlar meus pensamentos ruins. Li sobre o assunto. E me deparei com possíveis sintomas dessa... doença? síndrome? Eu só sei que me pego chorando, do nada. Mas não em qualquer lugar; no meu quarto, quando estou sozinha (na maioria das vezes) e deixo meus pensamentos tomarem conta de mim. É mais forte do que eu, não me culpe. Aí você poderia dizer: "Ah, sai do quarto, mulher, vai espairecer, tomar um ar, ver gente, lavar pratos, varrer a casa, magoar a preguiça..." Mas cadê a coragem? cadê o estímulo? Como fazer isso sem vontade? sem ânimo? Só quem tem depressão sabe disso. Mas eu não tenho depressão! será? bom... não sei.
Li um artigo que diferencia tristeza de depressão. Na prática, a primeira é o início da segunda. Posso estar errada, mas você sente que está com depressão quando essa tristeza passa a te dominar e aí vem os pensamentos ruins, a inutilidade, o choro, e a "desesperança". Nada do que te falem vai ser verdadeiro nessa hora. Nada vale a pena. É só esperar o choro passar, dormir, e quando despertar, rezar para que esses pensamentos tenham se afastado. É difícil. Eu digo que não tenho depressão porque quando a crise passa, consigo até ser otimista, fazer planos, ter esperanças. Porém, quando ela inventa de aparecer, não ha ânimo que segure. É o que estou sentindo agora, enquanto escrevo. uma tristeza tão desoladora, um sentimento tão ruim; não tenho forças nem motivação para espantá-lo. 
Se você que tem depressão está lendo isso, não se assuste: é só um desabafo de uma pessoa que não tem depressão, mas sente sintomas parecidos. Por falar em sintomas, há os sintomas clínicos: dor de cabeça, falta ou aumento do apetite, cansaço extremo, sonolência, irritabilidade, etc. fora a irritação, não tenho nenhum destes outros.
Eu sempre tive um desânimo endógeno; se uma pessoa risse de mim, ou me irritasse, ou me fizesse passar algum constrangimento, meu dia estaria acabado e aquela pessoa entraria na minha lista negra. Como tempo e a maturidade fui contornando isso, mas sinto que ainda tem algum resquício disso.  
Sempre tento me isolar, não sei porquê. Sempre me acho mais esquisita do que as outras pessoas. Não tenho vontade de sair sozinha, tenho vergonha. E, para variar, não tenho amigos. Quando penso em alguém pra sair, não vem ninguém na minha mente. É isso que está me afligindo nos últimos tempos. Tem os colegas de trabalho mas, eu os vejo todos os dias, e ainda vê-los no fim de semana, pra mim é um tédio.
Passeios, pra mim, estão sendo uma tortura. Logo dá vontade de voltar pra cama e bate um arrependimento de não ter vindo que é de lamentar. Não tenho vontade nem de levantar da cama. Acordo e digo: "Vou fazer o que hoje? nada!" Mas para o trabalho ainda consigo ir. Consigo levantar cedo, me arrumar e sair, consciente de que só vou retornar para meu refúgio no fim do dia.
Consigo rir, contornar e ignorar grosserias que escuto todos os dias dos meus alunos, consigo falar com as pessoas, contar piadas, socializar, conversar. Mas quando a tristeza vem, e eu sei que ela vem, aí não tem pose que segure. Não tem aparência que disfarce. Não tem consolo que  levante.

sábado, 22 de setembro de 2012

Concurso em Maceió

Bom, vou contar aqui uma experiência que tive em um concurso público aqui em Maceió, em Alagoas. O concurso era destinado a preencher vagas de instrumentador cirúrgico do Hospital Universitário da cidade. Era composto de duas fases: prova objetiva e prova prática. O edital exigia do candidato apenas nível médio. Então, me arrisquei a fazer. Passei na prova teórica e fui convocada entre 10 concorrentes para a prova prática. Não sabia nada na prática sobre os instrumentos, cirurgias, etc. E o edital, só lembrando, não exigia do candidato nenhuma especialização, apenas nível médio. No edital também não dizia como seria essa prova, apenas estava escrito "aplicação dos conhecimentos teóricos na prática". Bom, quem já cursou uma faculdade da área de saúde e biológicas já deve ter participado das aulas de antomia humana, e sabe que as provas práticas consistem em você apenas dizer o nome das estruturas apontadas. Então, assim pensei eu, que a tal prova prática seria como uma prova de anatomia: os materiais estariam dispostos e os candidatos deveriam apena identificá-los.
O dia da prova então chega, e lá vai eu fazê-la. foram cinco candidatos pela manhã e cinco à tarde. eu fui escalada pela manhã. Fui a primeira a chgar e a última a sair, pois, pelo sorteio, meu nome saiu em último. Esperei massacrantes cinco horas para fazer essa prova, pois todos os candidatos teriam uma hora para realizá-la. Ao chegar minha vez, tamanha foi a surpresa! a prova foi no centro cirúrgico! Meu Deus, eu nunca tinha entrado num lugar desses! fiquei horrorizada e todas as minhas expectativas caíram por terra! fiquei muito confusa e não sabia o que fazer. Tive que trocar de roupa, colocar roupa de cirurgia, touca e aquele dos pés, além de máscara. Deparei-me com uma simulação de uma cirurgia! como assim? mas no edital não tinha dizendo isso! então, recebi as instruções: cirurgia de colecistectomia (vesícula), 10 minutos para separar o material que eu achava que iria usar, depois teria  40 minutos para a prova ser realizada. A partir desse momento, eu não sabia se chorava ou se ria, se pedia pra sair ou ficava. Então, já estava alí, não tinha para onde correr, tirei onda! escolhi os materiais toos errados, selecionei as pinças para uma cirurgia de porte médio, e nunca tinha me deparado com tanta pinça! afff, era pinça que não acabava mais. na hora de arrumar a mesa, não sabia onde colocar (e nem como) os instrumentos. Simulou-se, então, o momento da cirurgia, imaginando que o paciente estivesse lá. A examinadora fazia os gestos e eu, em alguns, me perdia. Isso eu havia estudado. Pouco! A lavagem das mão foi horrível, pois a escova caiu no lavabo e eu enxuguei as mãos com um papel de forma errada! No final, a banca pediu para eu descartar o material contaminado no expurgo e me desparamentar. A esta altura do campeonato, eu não sabia o que estava fazendo. Desparamentar era tirar a luva, que estava suja (hipoteticamente) e o capote, se eu tivesse vestido! No final, saí de lá rindo, mas preocupada também, pois isso é muito arriscado! os materiais todos esterilizados tiveram que ser abertos só para a realização da prova. Dez vezes. Imagine o gasto de energia e dinheiro realizado com isso que, na minha humilde opinião, não teria necessidade, uma vez que não se exigiu, por exemplo, que o candidato tivesse curso de instrumentador cirúrgico e, portanto, havia o risco de ter pessoas sem noção alguma do que fazer. Eu penso que deva haver um curso de nivelamento para os candidatos aprovados, pois seria muito arriscado colocar uma pessoa despreparada para realizar essa profissão. Imaginem se eu passasse e fosse diretamente trabalhar, como seria? 
Eu acho que o edital, principalmente deste tipo de concurso, deveria ser mais claro ou mais exigente. Não encontrei nem um nem outro destes aspectos. Será que eu estou errada? E o gasto de material esterilizado para esse tipo de prova, será que seria necessário? E o fato de os candidatos entrarem no centro cirúrgico sem a higiene necessária, será que precisava isso mesmo? até agora, não achei resposta para estes questionamentos

segue o link do edital da prova teórica e da convocação da prova prática
 
http://www.copeve.ufal.br/sistema/anexos/Tecnico%20Administrativo%20UFAL%20Efetivo%20-%20Edital%20n.036-2012%20-%20Maceio,%20Arapiraca%20e%20Sertao/Edital%20Retificado%20-%2022%20de%20maio%20de%202012.pdf

http://www.copeve.ufal.br/sistema/anexos/Tecnico%20Administrativo%20UFAL%20Efetivo%20-%20Edital%20n.036-2012%20-%20Maceio,%20Arapiraca%20e%20Sertao/Edital%20de%20Conv.%20Para%20Prova%20Pratica%20-%20Retificado.pdf